A sociedade de aparências de valorização do objeto como fonte de respeito social e agregação, atinge hoje as crianças e é um problema lamentável e triste, ”pois a criança que deveria correr sem preocupação hoje ela corre preocupada com seu salto alto, pois pode cair e se machucar...”
Escrevo este post, pois vi um documentário no canal Ideal, chamado: Criança, a alma do negócio de Estela Renner e Marcos Nisti, era um formato bem parecido com um focus group entrevistando crianças, mães e profissionais de diversas áreas, tendo partes individuais e em grupo.
Todo o documentário estava baseado no desejo de consumo das crianças brasileiras e como elas se tornaram um dos principais alvos para a publicidade, que explora a inocência e a ingenuidade infantil para tratá-las como mini adultos e não mais como crianças, e muitas vezes colocando os pais como os vilões da história, que acabam cedendo às pressões dos filhos.
Hoje em dia é inegável que a mídia tem um papel na formação de valores para essa sociedade, pois os antigos pilares, que eram igreja e família, perderam força por diversos motivos que podemos resumir em desenvolvimento da sociedade e assim sendo o enfraquecimento das tradições e falta de tempo.
Vou focar no pilar familiar, que ainda é mais importante na formação do individuo, só que este vem perdendo terreno para a mídia por causa do tempo, ou da falta dele, pois hoje os pais se encaixam na vida como ela é, pois precisam pagar as contas e sustentar suas famílias,e assim a vida é trabalho e o trabalho é vida, muitas vezes sobrando poucas horas para o afeto e contato com os filhos. Quem se apossa desse tempo que os pais não têm é a TV (a criança Brasileira é a que mais vê TV no mundo, praticamente 5 horas por dia), e assim moldando e bombardeando as crianças de mensagens muitas vezes com valores trocados e exaltando o consumismo nas pequenas cabeças ainda não formadas.
Depoimentos de mães confessavam que às vezes o brinquedo ou o presente era uma válvula de escape para a pouca atenção, que podiam doar aos filhos. Muitas vezes o brinquedo tanto desejado pela criança nem era usada, pois o prazer muitas vezes esta no desejo do consumo. Uma entrevistada disse a seguinte frase “as crianças pedem coisas que elas não precisam e nós damos essas coisas em vez de dar o afeto”.
Algumas entrevistas com as crianças me assustaram, pois na simples pergunta em escolher shopping ou praia, a maioria das crianças escolheu shopping, e em uma atividade em grupo a condutora do focus group colocou no chão dois papeis um escrito comprar e outro escrito brincar e para a minha surpresa apenas uma das 5 crianças escolheram brincar, todas as outras preferiram comprar, a indagação do menino que foi contra o fluxo foi a seguinte “aqui ninguém gosta de brincar?”
Em mais uma atividade das entrevistas, a mediadora desta mostrava frutas e verduras para uma criança e sem nenhum conhecimento sobre o assunto esta não acertou nenhum, nem os mais fáceis como manga e pimentão, porém no momento que a entrevistadora mostrou pacotes de salgadinho como o nome da marca escondido a criança não errou nenhum. Um fato que me assustou e prova que boa parte dos seus referenciais de vida vêem da telinha da TV e da publicidade nela inserida.
O fato é que não é errado a criança ter desejos, porém devem ser os desejos próprios não aqueles implantados pela publicidade e padrões de beleza. Estamos ignorando a infância do nosso país e moldando mini compradores para abastecer a indústria. Deixando de lado essa fase de vida estamos comprometendo o futuro.
A maioria dos países desenvolvidos possui leis para a publicidade infantil, regulamentando e às vezes até proibindo em alguns horários, será que não é uma medida cabível no Brasil?
Vou postar um trailer que resume o propósito do documentário, e que irá explicar e exemplificar milhões de vezes melhor do que eu.
Criança, a alma do negócio.
Vou deixar os links para o documentário inteiro:
parte 1
parte 2
parte 3
parte 4
parte 5
créditos
Realização do documentário:
Direção: Estela Renner
Produção: Marco Nisti
Produtora: Maria Farinha Produções
Encontrei uma instituição chamada Alana divulgando o documentário, eu não sei o real envolvimento desta instituição, porém eles possuem um projeto está diretamente relacionado com o tema que se chama: Criança e Consumo
Fecho aqui este post, espero que fique a refleção em cada pessoa que ler ou que pelo menos assista o vídeo.
Educar as crianças é salvar o futuro...
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