quinta-feira, 14 de junho de 2012

...ciclo predatório da vida...

...andava com o olhar desligado e distante, ainda não estava em si, despertou apenas quando chegou na parada de ônibus, ao retomar a consciência se questionou sobre o motivo de estar ali, na parada de ônibus em meio a neblina do começo de um dia de julho, pensou, e logo veio o estalo, estava a caminho do trabalho, pensou um pouco mais e voltou a dúvida, não sabia o sentido de estar ali, nada lhe parecia ser motivo, quanto ao trabalho, já havia esquecido de novo, buscava mesmo um sentido e não uma ocupação, não conseguia fugir de certas coisas, porém elas não a diziam nada, tudo era mais um peça, que se encaixava no ciclo, no ciclo predatório da vida, o lugar onde se deixam os sonhos do lado de fora, as portas de entrada são giratórias e similares as dos bancos, porém nos bancos os metais é que não são permitidos, ali não eram permitidos sonhos, inteligência, questionamentos ou qualquer coisa que era passível de distração para os parafusos, porcas e engrenagens, que se ocupavam no grande sistema, o dever era girar e girar se alienando sem saber os motivos...sem distração...girar...ciclo...predatório...sem alma...sem vida...só ocupação...

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