terça-feira, 12 de agosto de 2008

Em um mundo sem inocência...

Sei que o post é grande, mas vale ler...

Esse final de semana com esse frio, dia dos pais e tudo que combina, foi um ótimo fim de semana para me dedicar ao ócio e ao lar, dei uma saidinha, mas nada demais que praticamente foi um fim de semana sem nenhum programa, apenas os programas que despertam o lado preguiçoso de ser.

Domingo a noite a combinação de fim de final de semana, cobertor, frio e um filme a começar,me arrebatou , naquele momento eu não estava nem um pouco criterioso, o filme está no começo, o que mais posso reclamar, não quero nem saber se é dublado e se é no Telecine Pipoca, dei uma puta sorte de não perder nenhum segundo do filme.

Naquele momento pensei com meus botões, se não estou sendo nem um pouco rigoroso na seleção do filme, pelo menos saber o nome é legal né, geralmente gosto de saber o que vou assistir, mania sabe. Bom, o filme era Filhos da esperança, em inglês era Children of men.

Comecei a assistir o filme sem nenhuma expectativa de me surpreender, porém estava gostando, estava cômodo, não precisava ler legenda, minha única preocupação era me esquentar, de resto tava tudo sussa. Depois de alguns minutos percebi que o ator principal era o Clive Owen, um bom ator e tudo mais, então me segurei mais um pouco e decidi assistir até o final, apesar do sono.
Enrolei demais para falar o que realmente interessa, porém vale a pena esperar pela minha reflexão mundana e ler as linhas de introdução chatas e vazias...
Bom, no final gostei do filme, interessante.

Não, não irei terminar o post assim do nada, apenas falando interessante, veja bem meus caros...hehehehehehehe...

O mais importante do filme é que ele me chamou atenção e me fez refletir, por causa de um único fato, é que toda trama circunda em torno da infertilidade humana.
Alguém já imaginou um mundo sem crianças, onde ninguém tivesse a expectativa de gerar vida e cuidar,se não tivéssemos a chance de continuar, pois os filhos e todas as gerações futuras levam um pouquinho de nós e faz tudo continuar.

Qual é a expectativa de criar arte, ciência ou qualquer outra coisa, se não haverá pessoas futuras para admirar ou usufruir disso no futuro?

No filme o período de infertilidade perdurava durante 18 anos, o retrato que o filme fazia de um mundo sem crianças, sem inocência e essência, era totalmente devastador e assustador, sem condições de vida, apenas guerras, revoluções, rebeliões e devastação acima de tudo.

Isso me fez refletir muito sobre a evolução do homem, não como espécie, mas sim o gênero masculino mesmo, pois o homem ou o chefe de família de antigamente tinha apenas algumas características e funções, era o alicerce financeiro para o lar e a insensibilidade e rigidez em pessoa, trazendo a solidez.

Hoje em dia existem vários tipos de homens, não precisando se enquadrar em padrão para ser aceito socialmente, temos homens mais sensível, homens que cuidam do lar e podem se cuidar sem medo de criticas sociais.

Toda a temática do filme se desenrola em volta do retorno do homem ao seu ser primitivo, esse meu raciocínio é simples ,vou explicar:

Com todas as mudanças sociais que aconteceram no mundo o homem pode abandonar a sua mascara social, e pode mostrar quem realmente é. As mudanças primordiais para isso são a entrada da mulher no mercado de trabalho e a estabilização de uma forma de governo. Com tudo isso aconteceu a acomodação e satisfação com a vida e assim o homem tendo tempo para outras preocupações.

Antigamente o homem lutava por idéias e ideais, defendendo pensamentos ou a pátria, hoje com a acomodação nessa forma de vida o homem luta pelo amor e a criação do seus filhos e assim trocando funções com a esposa sem medo de ser tachado.

Depois de muitos anos sem o riso e a inocência de uma criança, o mundo regrediria e iria para o estado de calamidade, pois o homem não teria com quem e por que se preocupar com o futuro, só tentando impor suas vontades pessoais.

No filme, depois desses 18 anos sem o nascimento de uma criança, acontece o que parece um milagre, uma jovem grávida, porém vale a pena assistir o filme se eu falar, não tem graça, porém existe um desenrolar e diversas visões e opiniões de como o bebê pode ajudar a mudar esse mundo de caos.

A cena mais marcante do filme, é depois do nascimento da criança, onde a mãe, a criança e o Clive estão fugindo no meio de uma guerra civil, onde os revolucionários lutam contra o exército Inglês, porém o choro da criança para a guerra, e eles passam ao som do choro em meio aos tanques e soldados, sem se quer ouvir um tiro, as pessoas ficam perplexas com a presença de uma criança, essa cena carrega um teor simbólico, onde a inocência o choro da criança pode trazer a paz.

Bom, todo esse post era um reflexão minha, somando diversas coisas que vi, li e assisti e tudo gira em torno da mudança do homem, do surgimento de novos estereótipos de homens.

Se pararmos pra pensar todas essas modificações nos geram muitas coisas que nos interferem e não visualizamos, pois não acompanhamos a velocidade da mudança, achamos tudo tão normal e banal, porém quem imaginária 10 anos atrás, cozinhas planejadas para as necessidades masculinas, manicure, depilação e outras coisas para homem, que hoje são aceitas com alguma naturalidade. Isso traz mudanças na confecção de produtos, na publicidade e até na escolha de profissões antes relacionadas ao seu sexo.

Bom, viajei um pouco, escrevi muito, ficarei surpreso se alguém ler esse post, porém acho um dos mais interessantes, que já escrevi.

E como viveríamos sem a inocência do riso de uma criança?

2 comentários:

lariskubo disse...

a inocência pra mim é arte, é aquela coisa espontanea que vem de dentro e se manifesta de diversas formas. Acho que por mais mecânicas que as coisas se tornem, o cérebro é um mundo paralelo e sempre trará surpresas. Não acredito em mundo totalmente mecanico, ainda acredito em sentimentos, espontaneidade, na pele.
e ah haha eu li tudo

semnome disse...

Deu vontade de assistir o filme, Deu saudade de ser criança, a pequena inocência. Um dia desses assistir Túmulo dos Vagalumes, uma história que passa durante a Segunda Guerra Mundial, Um irmão cuida da sua irmã, após a explosão da BOMBA DE HIROSHIMA. Puts é um drama muito forte, me lembro em algum momento quando estava escrevendo.